4 dias em Copenhaga

copenhaga

Sinto-me sempre um pouco perdido quando chego de uma viagem. Primeiro é a rotina alimentar que tem de voltar urgentemente à normalidade, por muito que custe (hoje acordei com o desejo de cinnamon buns, vejam só!), depois a bagagem que demora sempre algum tempo a desaparecer do chão do quarto, as fotos que preciso organizar, os emails em atraso! É um processo lento, isto de voltar à normalidade! Especialmente quando parte de nós prefere nem sequer voltar a essa normalidade!

Pois bem, Copenhaga! Por onde começar? É uma cidade onde tudo parece acontecer de forma suave e funcional. Começando pela distância entre o aeroporto e o centro, 15 minutos (comboio) e 36DKK (4.85€) depois estamos na Central Station. Para quem vem de Londres onde se perde quase 2 horas a chegar à cidade (bus a partir de Stansted) e paga-se quase tanto como o bilhete de avião, este cenário parece mais que perfeito!

A primeira coisa que notei assim que chegámos ao centro foi o silêncio. As ruas são relativamente silenciosas e calmas, poucos carros, muitas bicicletas! Poucos dias antes de viajar, vi uma reportagem sobre a cidade que abordava a preocupação em evitar uma grande densidade populacional no centro da cidade de Copenhaga. Nesse sentido foram tomadas opções de planeamento urbanístico desde muito cedo, como a não construção de edifícios muito altos, evitando uma grande afluência de pessoas e o consequente congestionamento. Uma medida muito simples que, de facto, funciona! Continua a existir trânsito sim, mas percebe-se que não é algo completamente descontrolado como noutras capitais europeias!

Existem várias formas de nos deslocarmos na cidade. A minha preferida é quase sempre a pé, especialmente em cidades não muito grandes como esta, mas neste caso tínhamos ainda a opção da bicicleta. Obviamente optámos pela bicicleta, o que, à partida, pode parecer simples e divertido (sim é!) mas também é um grande desafio!

A maior parte dos dinamarqueses desloca-se de bicicleta e eles levam realmente aquilo muito a sério! Depressa percebemos que era uma opção muito mais complexa do que um descontraído passeio. Mas a solução é simples: copiar os outros. Observar como fazem e fazer igual! Dois dias depois estávamos completamente orientados e convencidos, apesar de não me permitir fotografar tanto como desejava.

Sente-se uma simpatia inesperada nas pessoas, um pouco diferente daquilo que esperava encontrar, confesso. Mesmo quando essa relação é tão fugaz como quando te distrais e ocupas por completo a via de bicicletas, impedindo o trânsito. Porém, pedes desculpa e o outro responde: “No problem!”. Pode parecer insignificante, mas eu não achei.

copenhaga

copenhaga

copenhaga

copenhaga

Rita

O meu caderno de viagens ía cheio de referências, graças à Joana (Lemonaid) e à Cláudia (A place for twiggs), mas a verdade é que as ruas estão forradas de coisas interessantes, seja restaurantes, cafés, lojas de design, antiguidades ou artesanato. Por vezes os planos alteram-se e descobrimos algo inesperado. Nesse caso puxa-se da caneta e acrescenta-se ao caderno, quem sabe para voltar um dia mais tarde. Sim, porque quatro dias provocam aquela insatisfação típica de quem quer continuar e não pode.

A escolha da zona onde ficámos acabou por ser um pouco aleatória, na verdade o factor decisivo foi a casa pela qual nos apaixonámos à partida. Só depois percebemos que Vesterbro era uma das zonas mais vibrantes da cidade. Vesterbro é um bairro localizado a oeste do centro da cidade, considerado um dos bairros mais hipster pela revista Wallpaper. Outrora um bairro de trabalhadores, mesmo por trás da Central Station e onde se encontrava o chamado Meatpacking District, uma área onde se comercializava carne. Algumas empresas da indústria ainda se encontram no local, mas o Meatpacking District é hoje considerado um cluster criativo e um dos locais mais populares para sair à noite. Alguns do sinais luminosos originais ainda se encontram nos edifícios, enriquecendo a imagem e a história deste local. Era por lá que gostávamos de passar sempre que voltávamos para casa.

copenhaga

Tiago

copenhaga

copenhaga

copenhaga

copenhaga

copenhaga

copenhaga

copenhaga

copenhaga

chokorugs

bio mio, copenhaga

bio mio, copenhaga

bio mio, copenhaga

copenhaga

mother, copenhaga

 

Café Høegs

Muito perto da nossa casa e recomendado pelo nosso airbnb host, foi o primeiro local onde comemos. As opções são muitas mas foi a ideia de um brunch bem apetrechado que nos levou até lá. Isso e a mega sandes com uma data de coisas lá dentro, à qual convenientemente chamaram de all-in sandwich!

Bio Mio

Localizado no Meatpacking District, o Bio Mio é um dos restaurantes da moda, servem comida biológica com alguns clássicos que tocam a Ásia ou a Itália. Mas foi a sugestão do chef que verdadeiramente me surpreendeu. O staff é extremamente simpático e a rapidez do serviço foi impressionante para uma noite completamente cheia.

Mother 

Situado uns metros mais à frente, ainda no Meatpacking District, fica este restaurante italiano conhecido pelas sourdough pizzas. A reserva é recomendada, se lá forem vão perceber porquê. Mas podem sempre arriscar e esperar por uma mesa enquanto bebem uma cerveja italiana no bar.

A-roii

Por vezes sentimo-nos divididos entre ficar em casa e sair. Olhando para as fotos da casa não é difícil perceber porquê! Descobrimos este restaurante Thai numa noite em que optámos por ficar em casa. O espaço é muito simpático e acolhedor, os preços são bastante razoáveis e a comida é fabulosa! Pedimos take away e jantámos confortavelmente na nossa casa escandinava! 🙂

Torvehallerne

Este é o maior mercado de Copenhaga. Uma mistura de mercado tradicional com uma zona de alimentação onde encontrarão de tudo para comer. Podemos sentir a dinâmica dos dinamarqueses ao fazer compras para a semana e ainda comer as típicas open sandwiches.

Meyers Bageri

Claus Meyers é um dos donos do Noma e de mais uma série de restaurantes espalhados pela cidade. Aqui todos os ingredientes são biológicos e as farinhas produzidas no país. Experimentem os buns e os croissants (não comia um croissant tão bom desde Paris!).

Lagkagehuset

Há duas coisas que não me saem da cabeça desde que voltei: os cinnamon buns da Meyers e os chokorugs da Lagkagehuset. Chokorugs são pequenos pães de centeio e chocolate. Maravilhosos!

Baisikeli

Para alugar bicicletas!

KOK

Uma loja especializada em artigos de cozinha por onde vale a pena dar uma vista de olhos. Têm também uma pequena secção de livros de culinária.

18 opiniões sobre “4 dias em Copenhaga

  1. Está na lista de espera de viagens a fazer, desde que há uns anos uma amiga veio de lá com esse mesmo sentimento, e eu fiquei logo com vontade de ir.
    Adorei a tua reportagem e as fotos, e bem sei como é difícil e parte de não quer voltar à normalidade dos dias.
    Um beijinho.

    Gostar

  2. Bem, que vontade de regressar a esta cidade! E que giro que foi olhar para as tuas fotografias e notar tanta diferença para as minhas… nas tuas sente-se uma luz e um outono que eu já não apanhei ao viajar depois do Natal. Mas é certamente uma cidade deliciosa! Obrigada claro pela referência aqui no post, mas como dizes é sempre bom levar referências, mas depois também deixarmo-nos ter a liberdade de vaguear por outros caminhos e descobrir algo por nossa conta. Agora apetece voltar para conhecer as tuas referências! Beijinhos!

    Gostar

    1. Deliciosa é a palavra certa!! 🙂 Lembro-me perfeitamente do que senti ao ler os teus posts sobre a cidade, desde então não descansei enquanto não fui. Espero mesmo voltar em breve porque tanto mais ha para ver. Espero que voltes também! beijinho!

      Gostar

  3. Ai ai ai que eu quero muito, muito ir aí. Aliás, os países nordicos estão todos na minha lista de viagens. E embora me considere uma afortunada por acho que já viajei muito, a verdade é que toda a parte norte da Europa ainda é uma miragem para mim. Uma miragem um pouco carota, sim… Ai ai ai. E quando for vou levar estas tuas indicações 🙂

    Gostar

    1. Estou contigo Ondina, nunca dei muita prioridade aos países nórdicos. Fiquei muito bem impressionado com a cultura e a simpatia dos dinamarqueses. Espero que tenhas oportunidade de conhecer e levar as minhas indicações! 🙂

      Gostar

  4. Olá Filipe, adorei a tua reportagem. Definitivamente quero mesmo ir, já estava na minha lista de viagens e agora ainda ficou mais no top!
    Bjinhos
    *Ah e como te compreendo sobre o voltar à normalidade!!!

    Gostar

Os comentários estão fechados.

Design a site like this with WordPress.com
Iniciar